A Menina e o Pássaro

Vivia pobre e sem espirito a menina e todos os seus amigos, vivia triste e sem nada para fazer
Era rica de todo o dinheiro que o mundo havia lhe dado, mas pobre pois não sabia o que fazer
E não sabia o que era a alegria, nunca tinha experimentado nada tão doce, não sabia o que era euforia
Saiam (ela e seus amigos) e comiam de todo o mundo, e bebiam de todo o mundo, comiam da mata, de toda a cidade, de toda a rua, mas nada doce ou suave como um sorriso ainda que mentiroso, ou um abraço apertado falso, ou uma lágrima fingida, eles não sabiam nem ao menos o que era isso
O doce, o mel, aquilo que a eles dava o gosto da vida nunca tinham comido até então...


Um dia um velho sábio, pequeno em seu tamanho de nome engraçado e coração misterioso, que, ninguém no mundo num há de entender, veio a ela (a menina e seus amigos) e disse que havia uma fruta que era capaz de dar a eles todo amor e toda a alegria que no mundo cabia, mas havia um pequeno porém...
Apenas em um lugar essa fruta existia: Em um monte deserto rodeado de lixo, cuidado por um grande Pássaro, velho, preto, grande e mentiroso. 
No topo, sempre lá, restos de todo o mundo ( e do mundo todo que lá ele guardava) guardados por um velho Pássaro, preto, ranzinza e muito mentiroso uma arvore crescia com a fruta então bendita.


No topo desse monte haviam também outros doces, todos os tipos, alegrias, sorrisos, amores, musicas e pequenas fábulas alegres, e logo acima de todo o monte lá estava seu guardião, guardando sua arvore, seus tesouros, seu lixo e tudo que naquele lugar havia.

Haviam montes melhores com mais riqueza de saber, de sabor e de amor, mas para eles aquele, o que era mais perto era o melhor, pois assim ele era de longe o mais fácil de se alcançar. Então a ela, e ao seu grupo de amigos nada importava se não se satisfazer de todo o sabor que ali era lhe dado.
O velho Pássaro não conhecia ninguém, era velho e amargurado por isso, ou talvez por ser velho e amargurado não quisera conhecer ninguém. Isso ao certo não se sabe. 
Mas o importante é que a menina e seus amigos descobriram uma forma de enganar tamanho pássaro.


Então sempre que queriam, que sentiam a necessidade do doce que a vida não lhes dava o Pássaro se tornava amigo, era bondoso e bonito, então quem era o mentiroso? Ele em sua insignificância e guardião de tamanho tesouro? Ou elas ferozes e sedentas por seu doce mel?


Pouco importava onde estava o doce, se rodeado de lixo, ou em qualquer outro lugar
Assassinas e destemidas iam todas se alimentar, em troca elogios para o Pássaro enganar
E assim foi aos longos dos anos, até um dia o doce acabar, e lá apenas o Pássaro restar
Então o velho e pequeno sábio voltou, para lembrar quem realmente o Pássaro era, e assim transformar a todos no que eram antes, pessoas melhores e maravilhosas
E só assim, então elas puderam enxergar que ali nada restava além do lixo e um velho Urubu ranzinza, velho, preto e mentiroso...

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